Especialmente nas décadas de 70 e 80 era comum as famílias saírem para passear de carro e ver vitrines.
Naquela época os tempos eram outros. Havia diálogo e se olhava nos olhos. Não se ouvia "e aí", "fui", "valeu". Os relógios eram mecânicos; será que por isso havia mais tempo? Nos almoços de domingo tomava-se pouco, comia-se o suficiente. Aliás os domingos eram grandes. Tínhamos tempo até para passear. Quem tinha carro às vez passeava nele: do cemitério até a exposição passando pelo aeroporto . . . Porém o mais gostoso era passar em frente das lojas e ver as vitrines. Lojas de roupas, de calçados, de carros, de móveis. Várias delas no centro da cidade. Muitas vitrines bonitas e iluminadas. Vitrines que enchiam os nossos olhos e despertavam desejos, vontades. Ali se criava a expectativa de ganhar ou de poder comprar aquela mercadoria. Ali se criava a expectativa de poder suprir uma vontade ou uma necessidade. Tudo por causa das vitrines. Ah . .. e como eram bonitas! Hoje os comerciantes e vitrinistas entendem que a vitrine é o vendedor número 1. Usam muita tecnologia, especialmente de iluminação. Manequins e araras são extremamente criativas. Os espaços chamados vitrines criam ambientes favoráveis ao desejo e realmente elas, as vitrines, estão bem mais bonitas e atraentes. E nós, passando de carro em frente a elas, quase sempre com pressa, até porque várias, à noite, estão fechadas. Até porque os lojistas tem medo, medo da "marcha à ré." Fúlvio Ferreira - Presidente da CDL Uberaba, em depoimento ao "Coluna Sete", da Rádio Sete Colinas, AM-1120, de Uberaba
Obs.: Comentário é uma alusão a arrombamentos em lojas de Uberaba, em que marginais lançam carros, em marcha à ré, contra portas de lojas da cidade, para facilitar acesso criminoso e levar o que podem...