Dias atrás me deparei com a necessidade de adquirir um sapato social. Organizei minha agenda e a minha carteira para comprar o calçado.

Optei por ir as compras logo pela manhã quando os pés ainda não estão inchados. Fui a uma rua de comércio onde há algumas lojas pois pensei, se não der certo em uma loja, seguramente numa das outras conseguirei os sapatos que preciso.

Na primeira loja que entrei me deparei com uma muralha humana, havia ao menos 8 vendedores, todos emparelhados, um ao lado do outro literalmente obstruindo a entrada da loja. Assim que fiz menção de entrar um deles saiu daquela linha de frente e foi ao meu encontro, surpreendentemente esboçando um sorriso. Confesso que mentalmente já esperava que ele me dissesse pois não porém, para a minha surpresa, me abordou dizendo bom dia. Foi um abordagem acertada visto que me cumprimentou respeitosamente e quebrou, de certa forma, o conceito pré estabelecido que mentalmente eu formei daquela equipe.

De uma maneira amigável e respeitosa me perguntou sobre a minha necessidade e gentilmente me conduziu para o interior da loja mostrando alguns modelos na vitrine. Inteligentemente descobriu o meu gosto como modelo, cor e até se gostava ou não de algum acessório como fivela por exemplo.

Em seguida me convidou para sentar, ofereceu água e informou que iria buscar algumas opções. Rapidamente ele voltou com várias caixas e com o mesmo sorriso. De imediato me ofereceu meias finas para calçar e uma calçadeira, caso quisesse usar. Uma a uma foi abrindo as caixas e me mostrando os modelos; optei por calçar três deles então aquele vendedor novamente me surpreendeu perguntando: o senhor prefere experimentar o pé direito ou esquerdo? Nunca vendedor algum me deu essa opção, sempre vão logo entregando o pé direito do calçado e pronto.

Calcei os três modelos e escolhi o segundo, perguntei o preço e as formas de pagamento; terminada essa etapa o vendedor habilmente me ofereceu meias e chinelos, simplesmente agradeci. Caminhamos até o Caixa. No caminho ele percebeu o meu olhar para os tênis de caminhada mas nada falou. Me deixou na fila para o pagamento enquanto levaria os sapatos escolhidos para o pacote. Me assustei quando, em menos de um minuto ele voltou com dois modelos de tênis, um de lançamento e outro de promoção. Me surpreendeu positivamente com a sua inteligência e perspicácia mas, apesar de tudo, apenas agradeci.

Paguei, peguei o pacote e me encontrei com ele que agradeceu, entregou o seu cartão de visitas e se colocou à minha disposição, inclusive para levar alguma mercadoria condicional para eu escolher com calma, no conforto do meu lar.

Aquele tempo todo que eu havia destinado para comprar os sapatos foi abreviado por ter encontrado um vendedor profissional, uma pessoa competente, dedicada e muito bem treinada, afinal ele soube abordar, soube perguntar e se aproveitou muito bem das minhas respostas para ser assertivo nos modelos que me ofereceu. Economizou o meu tempo e o dele, desempenhou a sua função com nota 10 e ganhou um cliente.

Essa é a diferença entre alguém que, estando a frente de uma loja, na posição de vendedor se preocupa em apenas papear com os colegas e alguém que está ali para trabalhar, para desempenhar as suas funções da melhor forma possível levando soluções para os seus clientes.

Fúlvio Ferreira - presidente do Conselho Superior da CDL Uberaba

Empresário, palestrante e treinador de equipes.

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