Na última segunda-feira tive a oportunidade de ficar os 60 minutos que antecederam ao jogo do Brasil no centro da cidade, observando a movimentação dos carros e das pessoas. Em verdade me senti numa típica cena de cinema, numa destas novas superproduções de Hollywood que retratam o fim do mundo. Isto mesmo: a julgar pela pressa de todos, havia quase um desespero geral. Carros avançavam sinais, outros businavam, pais corriam para buscar os filhos nas escolas, as motos costuravam e seguiam adiante; nos ônibus as expressões dos passageiros eram de angústia. Aliás muitos ônibus fretados traziam operários e mais operários das fábricas e construções. Houve congestionamento destes veículos na Praça Rui Barbosa. Ah.... mas o motivo era nobre. Todos corríamos para as casas ou bares para assistir o jogo da seleção brasileira! Muito mais que isso: corríamos para aliviar tensões e esquecer as mazelas do Brasil. Corríamos para tomar uma dose cavalar de auto estima. Mas que auto estima é esta? Um amor que vai do positivo ao negativo em 90 minutos? Uma sensação de amor ou de ódio. Se há vitória todos são heróis, se há derrota ... ah se houver derrota nesta sexta-feira, todos os jogadores serão mercenários e o Dunga vai transformar todos nós em Zangados. Por outro lado, se ocorrer a conquista do hexa campeonato aí todos nós seremos campeões, seremos os melhores do mundo! O Dunga será mais importante que a própria Branca de Neve! Entretanto, o dia seguinte, será dia 12 de julho. Dia de trabalho, de luta, dia de realidade! Temos que lembrar, como disse Cazuza: "nossos heróis morreram de over dose..." E o mais importante, acima de tudo, é o Pai Celestial, é o amor, a família, os amigos e o trabalho. Estes sim são valores impenhoráveis que permanecem para sempre! Fúlvio Ferreira - Presidente da CDL Uberaba, no "Coluna Sete", da Rádio Sete Colinas, AM-1120, de Uberaba
Realidade e a bola
30/06/2010 21h34