Dias atrás eu recebi de uma grande amiga, um vídeo extremamente bem feito, real e forte.
Este vídeo relatava a quantidade de profissionais que envolvem a realização de um evento.
O vídeo retratava a dificuldade que profissionais como músicos, montadores, fotógrafos, porteiros e seguranças entre tantos outros estão enfrentando nesta pandemia que há mais de um ano decretou o fim das festas, convenções e shows.
São empresários e profissionais que estão fora do mercado, sem trabalho e passando por severas dificuldades, alguns sem ter o que comer.
Enviei o vídeo para alguns Grupos de Whatsapp e num deles, em particular, houve o desabafo de um amigo que é promoter de eventos.
Eu tenho contato com ele há mais de trinta anos e por mais de vinte ele se dedica aos eventos sociais e musicais.
Infortunamente ele não tem trabalho há mais de um ano e, conforme o seu relato, está passando por uma situação extremamente delicada; está perdendo patrimônio, relacionamento, dignidade e esperança.
O seu texto naquele Grupo foi tão forte que abalou a todos; alguns ficaram silentes, outros arriscaram palavras de apoio.
Quando estamos em dificuldades um ombro amigo é importante, muito importante; enquanto o trabalho traz alegria, proporciona equilíbrio, dinheiro e dignidade, um amigo, um ombro amigo traz alento ao coração, oportuniza um desabafo e doa sementes de esperança.
As pessoas não querem necessariamente cartão isso, vale aquilo ou algum outro tipo de assistência social que, em muitas vezes, pode parecer esmola.
Em verdade as pessoas querem o direito ao trabalho, querem apenas oportunidades pois a partir delas, cada trabalhador, poderá exercer o seu ofício, o seu labor e com o fruto do seu trabalho levar o pão para a mesa, levar a sobrevivência para a sua família e a dignidade.
Ninguém gosta de viver às custas de ninguém, na aba do chapéu de outrem; o legal é viver de colheita, da colheita do seu esforço, da colheita do seu trabalho real, digno e que proporcionará a justa remuneração.
Palavras não enchem barriga e o que temos visto são pessoas frias e insensíveis a dor do próximo; muitas pessoas estão cultivando o egoísmo e literalmente vivendo a essência do ditado "farinha pouca, meu pirão primeiro".
Ora, em muitos momentos estamos no mesmo barco, então, desejar que ele afunde é decretar o seu próprio afogamento.
Apesar de tudo não podemos nos esquecer que somos irmãos, que temos amigos, família, compromissos, vontades e necessitades.
Não podemos esquecer que somos uns pelos outros, que ninguém é invisível e ninguém pode ficar para trás.
A minha amizade, o meu carinho e o meu respeito à tantos trabalhadores que ainda estão cerceados nos seus direitos ao trabalho, de modo especial a todos que trabalham na produção e realização de eventos, sejam sociais, sejam profissionais.
A tantos Isaias, Elianes, Victors e outros, a minha homenagem, a minha amizade e o meu ombro amigo.

Fúlvio Ferreira - presidente do Conselho Superior da CDL Uberaba
Empresário, palestrante e treinador de equipes


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