O último domingo, revestido de "dia das eleições", em que pese poucas pessoas terem se lembrado, foi feriado. Que beleza... !
Na próxima sexta-feira, em alguns municípios, também será feriado. Que beleza! Todos vamos descansar, passear, curtir, enfim, aproveitar.Mas ao menos sabemos o motivo destes recessos?
O feriado de último domingo foi a comemoração da Proclamação de República.
Todos sabem mas vamos lembrar que república é uma forma de governo. O Brasil era colônia de Portugal desde o descobrimento ou invasão, como queiram, até 1822 quando houve a histórica e poética cena do Grito da Independência do Brasil. Seu protagonista foi Dom Pedro I, filho do Rei de Portugal. Na prática pouco mudou.
E assim o Brasil viveu até 1889; 67 anos sob o Regime Monarquista, aquele onde existe o rei, rainha e toda a família real. E quem proclamou a república foi o Marechal Deodoro da Fonseca. Neste regime existe presidente, deputados, ministros e assessores. A república pode ser presidencialista ou parlamentarista; neste último modelo existe o Primeiro Ministro. Mas em todos há uma nação orbitando em torno do Poder central.
No segundo feriado num período de apenas 5 dias e o terceiro do mês de novembro, comemora-se o Dia da Consciência Negra.
Ocorre nesta data porque foi neste dia, segundo a história, que morreu Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo do Brasil, o Quilombo dos Palmares, localizado nas Alagoas, terra natal do Caçador de Marajás. Mas isso foi lá no período colonial, isto é, quando o Brasil era colônia de Portugal; lá pelos idos de 1695.
Estas duas datas tem, seguramente, os seus motivos e razões para serem comemoradas da mesma sorte que colecionam críticas como feriado.
Não vou versar sobre este ponto, vou apenas vou lembrar que esta sequência de feriados é muito prejudicial aos sistemas produtivos.
Apenas vou lembrar que as cidades que mais comemoram feriados, como um todo, perdem recursos e receitas que migram para outros municípios que não comemoram. Apenas vou lembrar que quanto maior é a produção de lojas, fábricas e empresas de prestação de serviços e rurais por exemplo, maior será o imposto e é este imposto que paga a estrutura da Corte, ou melhor, do sistema administrativo-político e também financia os custos e investimentos municipais. O posto de saúde, a guarda municipal e as escolas são mantidos, via de regra, pelos impostos cobrados da movimentação econômica da cidade. E quanto mais movimentação houver, maior será o caixa; e quanto menor for a circulação de dinheiro, menor será o dinheiro que irá para o caixa municipal para bancar as despesas públicas.Mas entre cuidar do caixa municipal, da cultura, da preservação dos valores, da saúde, educação e segurança da população e fazer uma média populista com alguns segmentos, tem uma questão de opção dos legisladores.
Por um instante me lembrei do compositor Zé Ramalho: "(...) ê ô ô vida de gado, povo marcado ê, povo feliz (...)"
Fúlvio Ferreira - presidente do Conselho Superior da CDL Uberaba
Comerciante, palestrante e treinador de equipes.
www.fulvioferreira.com.br

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