Conheci uma casa, uma bela casa.

Toda pintada de azul e com janelas amarelas.

Por dentro, branco e muito verde no jardim.

Foi edificada por trabalhadores vindos de várias regiões o que lhe deu características bem ecléticas.

Esta casa, muito grande por sinal, está localizada num bairro que era novo. Era promessa de ser o bairro do futuro mas como o tempo foi passando ela ficou ultrapassada.

É bem verdade que ao longo do tempo algumas obras foram feitas: alterações, reformas e ampliações; mas quase todas com baixa qualidade de materiais e muito mal feitas.

O resultado? Catastrófico!

Por um tempo esta casa recebeu boa gerência mas de um tempo para cá literalmente ficou às traças!

Ou melhor, ficou jogada aos mosquitos aedes e aos animais peçonhentos.

Por todos os lados se viam ratos, especialmente enquanto os moradores iam trabalhar.

Quanto eles voltavam do labor e se entretiam com os afazeres domésticos os ratos tratavam de carregar os valores das pessoas; sobravam ninharias.

De quando em quando, porém, os ratos se vestiam de ternos e gravatas, pareciam Mickeys.

Se passavam de bonzinhos e novamente conseguiam iludir os pobres moradores que acreditavam que tudo iria mudar.

Um belo dia eis que surgiu um gato lá do morro. Aos poucos começou a assustar os ratos e ameaçou afugentá-los. Um reboliço foi se formando. A aparente harmonia que reinava entre os roedores de todas as tribos e de várias cores começou a mudar.

Uns que apoiavam outros passaram a não mais se entender. O queijo, que era tirado diariamente da mesa dos moradores, passou a ser descoberto e alguns ratos, os mais comedidos, passaram a exigir que os outros, os mais discarados, mudassem de postura.

A novela ainda não acabou. Os moradores agora estão atentos, ou melhor, quase todos porque ainda tem alguns que se alimentam do queijo e estão confortáveis com a situação.

A maioria, entretanto, acredita que tudo vai mudar!

Torce pelo gato do morro!

Torce pela justiça!

E torce para que a casa volte a ser limpa, com suas paredes azuis, suas janelas amarelas, interior branco e seu jardim verde, bem verde!

Estes moradores, povo de bem, espera que os reinadores da Casa façam o melhor pelo povo e despachem todos os ratos para bem longe, oxalá para alguma tuba.

Fulvio Ferreira - Presidente da CDL Uberaba

Empresário, palestrante e consultor em comércio varejista.

fulviopalestrante@outlook.com

fulvioferreirapalestrante.blogspot.com

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