Dia desses escrevi aqui sobre a responsabilidade do gestor em delegar tarefas. E defendi a idéia de que delegar é preciso, mas sem perder o controle das questões. Afinal, no final, sempre recairá sobre o gestor a cobrança pelo cumprimento das ações acordadas. O acionista quer o resultado e pronto. Se o gestor for o próprio acionista, aí então é que o controle deverá ser mais apurado.
Hoje quero inverter a questão e lançar uma pergunta: É mais difícil vender para o cliente ou para o patrão? Ouvi de um alto executivo de uma grande empresa o seguinte desabafo: - Tenho que encontrar o momento exato para falar com o patrão, porque o não já é certo!
O executivo referia-se ao momento certo para falar sobre coisas de vital importância para a empresa, e se envolvesse investimento então, aí o desespero era maior. Investimento que implicaria em benefício para a empresa de quem mesmo? Também trabalhei em uma empresa assim. Ficávamos todos escolhendo o momento certo para falar com chefe. A pobre da secretária era a nossa sparing.
- Como é que o "home" ta hoje? E dependendo do humor, saia mais barato perder um negócio do que pedir mais meio por cento de desconto ou um benefício a mais para o cliente. Na primeira oportunidade fui procurar meu caminho.
Confesso! Fico sem entender esse tipo de gente e esse tipo de atitude. Se na empresa todos trabalham em prol do mesmo objetivo: O lucro. Então por que ficar temendo o chefe e viver em função do seu estado de humor. No caso, mau humor? Fiz essa pergunta a um amigo que trabalha com um desses pseudogestores e a resposta, apesar de jocosa, foi óbvia, vinda de alguém que apesar da enorme e comprovada competência, depende do emprego para criar os barrigudinhos.
- Nelsão, eu amarro o burro aonde o burro do dono manda! Não me estresso mais. Quem sou eu para criticar o meu amigo se concordo com ele!? Bem, mas e aí, como é que fica a vida do profissional que trabalha em empresas onde é mais difícil vender para o chefe que para o cliente? Que precisa ser mais psicólogo que executivo? O que fazer com a formação acadêmica e a expertise no negócio?
Confesso que não sei! Talvez esquecer propositadamente esse artigo sobre a mesa do chefe. Seguir a cartilha do meu amigo! O que amarra... Agora se você não tem sangue de barata o melhor caminho é procurar servir em uma empresa onde o profissionalismo esteja acima do humor do chefe.
Ah! Se você é chefe e os seus funcionários só lhe procuram quando você está de bom humor, reveja seu comportamento. Contrate um coach, procure um psicólogo, abra sua mente antes que o seu negócio vá pro brejo sem que você saiba o porquê.
Nelson Gonçalves é ator, vendedor, publicitário e jornalista