Certa ocasião o prefeito de um cidade ligou para um secretario estadual. Ele manifestou muita preocupação com o que estava acontecendo na sua cidade.

No seu relato o líder municipal disse que o rio que corta a cidade e que banha a cidade seguinte e muitas outras está ficando cheio periodicamente com alto risco de inundação. Isto trouxe desconforto para a população ribeirinha que ficou desalojada de suas casas mas também incomodou toda a cidade.

E continuou o Prefeito: já construí novos alojamentos com condições para a sobrevivência das pessoas e determinei que todos se afastassem daquela região evitando assim um mal maior.

A autoridade estadual, diante do cenário e da experiência vivida e já exitosa daquele previdente Prefeito, logo se reuniu com o Governador que, antes mesmo de levar a notícia ao Estado inteiro, ligou para os seus colegas Governadores cujas regiões também são banhadas por aquele rio.

Todos, aflitos, trataram de traçar planos, rever estratégias, gastos e investiram pesado na construção imediata de novas moradias para mais pessoas que poderiam ser atingidas; a rotina das cidades foi alterada e, para evitar confusão e até revolta, foi determinado que todos os moradores das cidades, indistintamente, ficassem em suas casas até que o risco de alagamento geral fosse contornado. E assim foi feito, num clima de aflição que passou a tomar conta de todos. Já se falava em dilúvio e até em Arca de Noé.

Aos poucos algumas pessoas passaram a questionar o excesso de ações e também a questionar a necessidade de tudo aquilo. Alguém notou que o volume de água continuava oscilando apenas após fortes chuvas. Outrem resolveu buscar informações lá naquela primeira cidade cujo administrador “deu o alerta”. Perceberam então que todos os colchões, camas e demais equipamentos para se montar alojamentos temporários estavam sendo fornecidos, e a preço de ouro, exatamente pelos empresários daquela cidade que supostamente estava em alerta máximo.

E o rio? Continuava impávido.

E as pessoas? Amedrontadas!

E os recursos das cidades? Todos direcionados para a catástrofe que nunca chegava.

As famílias começaram a entrar em desespero porque o dinheiro estava acabando e não podiam ir trabalhar visto que, a qualquer momento o rio poderia encher, transbordar e possivelmente destruir casas, empresas, plantações e matar as pessoas.

Ao final de tudo essas mesmas pessoas já estavam à beira da loucura pois não tinham dinheiro, emprego nem esperança.

Exatamente o contrário daquela primeira cidade que continuava ativa, próspera e muito mais rica.

Esta história me foi contada por um maluco beleza, então não dê crédito, é apenas uma ficção.

Se houver algo parecido por aí, é só coincidência...

Fúlvio Ferreira - presidente do Conselho Superior da CDL Uberaba

Empresário, palestrante e treinador de equipes.

www.fulvioferreira.com.br

Gostou? Compartilhe nas redes sociais.