A CNDL - Confederação Nacional das Câmaras de Dirigentes Lojistas, que tem sede em Brasília, divulgou que a taxa de inadimplência no varejo cresceu 10,58% em março frente ao mesmo mês em 2012. Uma alta muito significativa.

O comércio, já há muitos e muitos meses, vem registrando altas nas vendas. Entre os principais motivos podemos destacar a expansão do crédito e a melhora salarial principalmente das Classes "C" e "D". E as lojas tem feito o que podem para atrair estes consumidores que tem comprado de tudo. De carros à viagens, de móveis à joias. Todavia buscando aplicar um rigoroso controle cadastral procurando diminuir o calote que também tem crescido a passos largos.

Mas alguns segmentos receberam incentivos do Governo Federal com a redução de IPI. Com esta ação segmentos como o de veículos, móveis e linha branca experimentaram uma explosão de vendas em detrimento de outros. A venda de imóveis financiados ainda continua alta mas em tantos e tantos outros segmentos o lojista tem que se virar para continuar no mercado.

A situação atual traz um pouco de alegria a boa parte da população que tem tido mais acesso a produtos e serviços que até bem pouco tempo era impossível. É uma realidade que lembra o estilo de vida dos americanos: comprar, comprar e comprar.  E comprar usando crédito, usando dinheiro de financiamento. Porém existem distâncias homéricas entre o Brasil e os Estados Unidos: as taxas de juros aqui praticadas são enormes e a falta de hábito, de costume de comprar e administrar as finanças pessoais, a famosa economia familiar.

E assim o tempo vai passando.... as lojas vendendo, a economia em pseudo expansão, a população se endividando e o Governo aumentando a sua arrecadação.  Estimula-se o giro financeiro apenas pelo consumo e não pelo investimento.  Aí vem a grande dúvida: até onde este modelo funcionará? Será que até novembro de 2014?  

Fúlvio Ferreira, conselheiro da CDL Uberaba, em depoimento ao "Coluna Sete", da Rádio Sete Colinas, AM-1120, de Uberaba-MG

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