Na edição de 18 de agosto de 2010 a Revista Veja trouxe, entre informações atuais, releases políticos e reportagens cambetas, nada mais que 20 propagandas de carros; isto sem falar dos caminhões. Com a estabilidade econômica o brasileiro passou a consumir mais. E com este consumo em alta todos os tipos de produtos e serviços se beneficiaram. Inclusive o consumo de luxo, de alto padrão. Prova disto é que 5 dos 20 carros que estão nas propagandas da Revista Veja custam mais de 100 mil reais. Ainda: dos 20 carros apenas 5 custam menos que 50 mil reais. E os aspectos publicitários são bem evidentes: quem pode adquirir um veículo mais caro, além de todo o luxo, conforto e ítens de segurança quer glamour, quer visibilidade!  Aos demais, pobres mortais, que muitas vezes passam a chuchu, cabe o sacrifício extremo de acariciar o ego e agradar normalmente os vizinhos e comprar um carro cheio de mimos como ar condicionado, direção hidráulica e várias funções elétricas. Até aí tudo bem. Compra quem quer, quem pode ou quem a financeira tem coragem de dar crédito. Mas acima de tudo isto tem um grande interessado  e grande incentivador: o Governo Federal. Claro existem argumentos que para cada emprego na indústria automobilística 5 mil outros surgem em cadeia. Opa, mas vamos aos 20 carros anunciados na Revista Veja: apenas 4 são nacionais, os demais são importados. Ora mas isto, para o Governo Federal, tem pouca importância uma vez para que os carros nacionais a carga tributária média é de 40%  já para os importados pode passar de 100%   Resumindo: a estabilidade traz mais dinheiro mas, nós, belas ovelhas, devolvemos muito aos cofres públicos através das altíssimas cargas tributárias. E o Governo, por sua vez, gasta todo o dinheiro em caminhos às vezes obscuros.    Fúlvio Ferreira, presidente da CDL Uberaba, em depoimento ao "Coluna Sete", da Rádio Sete Colinas (Am-1120), de Uberaba-MG. 

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